sexta-feira, 10 de maio de 2013

Chapeleiro Maluco





O Chapeleiro Maluco
 Um espetáculo infantil com um tema pra lá de adulto: é assim que podemos definir “O Chapeleiro Maluco”, em cartaz em temporada cultural no Teatro João Caetano e dirigido por Jarbas Homem de Mello.
A trama gira em torno de uma Alice (Mariana Lilla) crescida, que recebe um chamado da Gata (voz interpretada, em participação especial, por Cláudia Raia) para salvar o País das Maravilhas que novamente está em apuros.
Ao chegar lá, Alice se depara com o Chapeleiro Maluco (Pedro Bosnich) em uma tentativa desesparada de salvar seu desfile de chapéus (e sua cabeça) que está programado para acontecer muito em breve. A Rainha de Copas (Rejani Humphrey), que tem prepotência e impaciência ímpares, espera muito ansiosamente para que o desfile não dê certo para que corte cabeças.
A história une o universo criado nos dois títulos de Lewis Carrol  (País das Maravilhas e País dos Espelhos), criando situações novas e divertidas para o público infantil. São abordados temas muito atuais como o bullying, abuso infantil, noção de “certo e errado”, inclusão, igualdade, etc, com muita leveza, humor e música.
O figurino e o espetáculo visual são um tema a parte, mesmo para o teatro pequeno, tudo se encaixou perfeitamente, dando um clima ainda mais intimista para a proposta da peça teatral e “matando o tempo” da criança mais hiperativa.
Em meio a muita mágica, música, dança e sincronia, crianças e adultos aprendem que todos somos iguais: aqui e no País das Maravilhas.

Texto escrito por Bruno Ruiz Segantini


domingo, 28 de abril de 2013

Os Adultos estão na Sala

No palco, o que se vê não são apenas três jovens atrizes esbanjando talento em um conjunto de interpretação e entrosamento perfeitos, vê-se algo muito mais instigante: Audácia.
Com um estilo de interpretação peculiar, o texto escrito e por Michelle Ferreira, que também assina a direção, é repleto de ironia, sarcasmo  e  ”verdades proibidas”. Com sutileza, explora-se o universo da pregação altruísta, onde as verdades se diferem e quando as máscaras caem, o que vem a tona é a única luta que o ser-humano de fato compartilha, a busca pela felicidade.
 Três mulheres com sonhos, visões e atitudes totalmente diferentes duelam nesse palco, que muito nos faz rir, mas nos leva a reflexões e questionamentos pessoais de grande importância. “Afinal qual o meu lugar no mundo?”  É o dilema individual de cada personagem, e o que nos aproxima cada vez mais dessa deliciosa trama.  
Um destaque especial certamente é a entonação vocal utilizada pelas personagens, o que se altera em alguns momentos propositalmente, dando o clima da cena.
Impossível destacar um dentre esses  três talentos, porém a personagem de Maura Hayás, uma mãe solteira, que busca em atitudes altruístas e no uso de drogas, uma fuga para suas frustrações, é o tipo de personagem que levamos para casa.
Impressionante como em uma trama rápida e sem  complexidades, é possível captar grandes essências do ser humano, como preguiça, inveja e solidão, sem que para isso tenhamos que apelar para velhos clichês politicamente corretos.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Bonifácio Bilhões, tem como tema central algo que mexe ou já mexeu com a cabeça de um a cada três brasileiros. O sonho de ficar milionário em um prêmio de loteria.
O tema brinca com a inocência real do pobre, que praticamente não possui ideia monetária, se contrapondo com a ganância da classe média, que na teoria prega pelo fim da desigualdade social, mas na prática, beneficia-se de seus frutos.
Fica claro que a intenção da peça, escrita na década de 70, é de manter os aspectos temporais, porém com tamanha modificação social e cultural, talvez algumas piadas tenham se tornado grandes clichês, o que depõe contra a obra no quesito “riso”.
Um roteiro repetitivo só pode ser interessante se for extremamente engraçado. Rir do ridículo também faz parte do jogo, mas pode ser uma proposta perigosa, na ausência do riso, pode ser que a plateia não tenha mais nada para levar para a casa.

sábado, 20 de abril de 2013

Como Ser Uma Pessoa Pior




O sucesso de um bom monólogo está no casamento entre um bom texto, uma boa atriz e uma equipe harmoniosa.
Em Como Ser Uma Pessoa Pior o que vemos é um show desses três fatores, fazendo com que esqueçamos Lulu e teatro, e sutilmente nos sentemos na sala de estar dessa mulher de sentimentos tão comuns.
Em meio a uma crise existencial e amorosa, a personagem, que opta pelo isolamento, penetra tão profundamente em seus próprios anseios e sentimentos, que curiosamente nos leva ao riso.
A reflexão e atuo-identificação é inevitável, é o tipo de texto que faz uso do exagero para aproximar a plateia daquilo que não tem nada de irreal.
Em meio a essa maluca decisão de tornar-se alguém pior, o humor negro acaba sendo a grande sacada da peça. Fazer  rir do que normalmente nos faz chorar, faz da arte essa arma transformadora, não importa a situação que se esteja vivendo, ela não é mais forte do que olhar que dedicamos a ela.



Foto Burgos Rafael

terça-feira, 16 de abril de 2013

A Primeira Vista


Coragem é a definição de um grupo de atores que, em tempos de grandes polêmicas explodindo diante do tabu das relações homoafetivas, trás para os palcos uma linda história de amor entre duas mulheres.
Ao primeiro anúncio, “A Primeira Vista” pode parecer complexa e polêmica, mas o grande encantamento da peça está justamente na simplicidade com que essa relação é tratada. Quando nos damos conta, nos vemos em meio a uma inquestionável história de respeito e cumplicidade.
Com um cenário claro e com pouco mais do que duas cadeiras e uma planta, Drica Moraes e Mariana Lima são capazes de transportar a plateia para esse universo desconhecido e cada vez mais instigante. Apenas contando uma história.
A sequencia com que as coisas vão acontecendo, são tão naturais que nos livra de qualquer julgamento, como se assim como elas, estivéssemos envolvidos demais para raciocinar sobre o que de fato acontece ali, resultando em uma mensagem pura, de que o amor dispensa rótulos e nomenclaturas.
O amor visto naquele palco não é o dos contos de fadas, pois não existem definições nem moral da história, mas é ideal da vida real. Natural e Simples. Afinal, para os momentos inesquecíveis, nada, já pode ser o bastante!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Desaparecimento do Elefante





Uma produção capaz de encantar qualquer plateia e com um elenco conhecidíssimo dos brasileiros, O Desaparecimento do Elefante chega cheio de mistérios e até um pouco confuso.
O segundo trabalho teatral da reconhecida diretora Monique Gardenberg é de fato muito bem dirigido, os traços de uma cineasta são aos poucos reconhecidos, sem que o teatro se perca de vista.
Monique escolheu uma série de contos de um premiado autor japonês e os adaptou muito bem a realidade ocidental. Os quadros são bem estruturados e não possuem ligação alguma entre si, gerando um mix de sensações e impressões num mesmo espetáculo.
Falta profundidade à peça num todo, porém deve ser reconhecido que existe uma proposta e ela é realmente alcançada. Um elenco com domínio no palco, sabe provocar boas risadas e divertir em algumas cenas, leva até a novas descobertas, como a veia cômica fantástica de Marjorie Estiano, que comprova seu talento também nos palcos. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Bom Retiro 958 Metros




Muito mais do que uma encenação teatral e  um roteiro bem sucedido. Não falamos de algo que possa ser comparado e julgado aos padrões habituais de arte. Sem nenhum tipo de explicação, você é rapidamente imergido em um mundo atemporal. A sensação que se tem é que surge uma espécie de portal, que transporta toda a plateia para um universo paralelo. De repente fica difícil distinguir plateia de ator ou personagem, tornam-se todos uma coisa só.
Assim inicia-se essa viagem fantástica... a cada passo (sim caminhamos com o elenco pelas ruas do Bom Retiro), uma descoberta trazida por um novo questionamento. Esse quebra-cabeça saboroso aos poucos conquista e instiga. Personagens fascinantes vão surgindo... a faxineira divertida, a noiva perdida no tempo, uma mulher em volta às suas loucuras consumistas, uma manequim com defeito que busca ser aceita com uma pureza que emociona. Claro que o mendigo viciado em craque é uma das maiores obras-primas da trama, pois nas palavras de um “louco” revela grandes verdades e  loucura parece ser não concordar com este homem. Além da costureira castelhana, que mostra que essa história também é repleta de dores, pragas e aflições.
Seguimos os passos dessas personagens que não só nos guiam pelas ruas do Bom Retiro, como nos fazem sentir parte desse lugar, nas entrelinhas de cada ato o fantasma do próprio Bom Retiro fica cada vez mais forte, e sem uma explicação única, cada um ali presente, passa a senti-lo.
Beleza, genialidade, ousadia, compromisso e originalidade são alguns dos muitos adjetivos que a obra e o próprio grupo Vertigem merecem por esse feito.
Com uma proposta inédita, as reflexões e reações não poderiam ser diferentes. Dali em diante levamos para casa, a mudança e construção de algo novo, o teatro, o Bom Retiro e cada um de nós, nunca mais serão os mesmos.  



domingo, 7 de abril de 2013

Show Maria Bethânia







A junção da interpretação e poesia decifradas pela mais linda voz que esse país conhece, atendem pelo nome de Maria Bethânia.
No palco, aquela mulher diferente de todas que já se conheceu. Com uma beleza própria, ela encanta e apaixona os olhos compenetrados e ansiosos na plateia. O repertório é lindo, mas incrivelmente passa a não ser o mais importante nesse espetáculo inesquecível.
O show dessa baiana é verdadeiramente transformador, leva a reflexão do que se entendeu até hoje como música e poesia, o poder das palavras na boca de quem as sente com o coração, e quando se dá conta, você está entendendo de outra forma, aquilo que sempre pareceu obvio. Com Bethânia não existe o óbvio, nem o clichê, com Bethânia as palavras ganham forças, que até seus pés (sempre descalços) aparentam sentir.
A impressão que se tem, é que de uma forma mágica, música e essa guerreira juntam-se e  tornam-se uma coisa só.  Sua leveza e desprendimento, seu sorriso brando e sua entrega no palco são dignas de todos os aplausos recebidos por esse público emocionado.
Prezo por um mundo um pouco mais “Bethânia”, com lugar garantido para a simplicidade, sem que a beleza e a magia sejam perdidas, lugar em que a música não só diverte, como emociona, ensina e te torna alguém melhor.  

segunda-feira, 25 de março de 2013

Batalha de Arroz num Ringue para Dois





Em um sábado qualquer do ano de 2012 vi “Luiz Antonio Gabriela” em um teatro público, paguei algo aproximado a sete reais e tive uma das melhores e mais brilhantes experiências da minha vida.  Em um teatro semi vazio, por um ingresso extremamente barato, não chegava a sete reais. Está certo que o grupo estava lá pela sua quarta temporada, mas sem exageros, eu veria dez vezes Luiz Antonio Gabriela. Para que o leitor que deve estar confuso com as minhas palavras, já que o título tem a proposta de falar de outra peça, logo me explico, estou tentando fazer uma comparação, dentro do possível.
Sábado dia 23 chego ao Teatro das Artes, lindo e muito bem arquitetado por sinal,  vejo uma bilheteria movimentadíssima, mesmo uma hora antes de começar o espetáculo, é impossível conseguir um bom lugar. O valor do ingresso setenta reais.
E lá vamos nós para o espetáculo da elite, a escolha da família da classe média. A junção do belo teatro e a foto de uma global estampada nos cartazes devem ser o suficiente para nos garantir retorto desse investimento, imagino que seja algo pensado, não só pelo público, como pela produção do evento.
Evidente que, sejamos claros, quando nos propomos a assistir comédias desta natureza não devemos esperar mais do que risadas descompromissadas, o que chamamos de comédia rasa, pois tem apenas o intuito de divertir. Sou a favor da liberdade cultural, e acho que todas as formas de arte são válidas, desde que tenham algum tipo de compromisso com alguma ideia central. Neste caso estamos falando de um espetáculo que no mínimo deve fazer rir, e se nem disso é capaz, sinceramente não entendi o que estava fazendo ali. Confesso que nunca senti vontade de deixar um teatro antes que o espetáculo terminasse, posso dizer então que  “Batalha de Arroz Num Ringue para Dois” me marcou de alguma forma.  
Uma trama sem sentido e desconexa, a insistência em algumas cenas causava uma certa irritação, a impressão que se tinha é de que o autor não sabia exatamente onde queria chegar. Não li o texto original de Mauro Rasi de 1985, mas a péssima adaptação se sobressaía em diversas cenas.
Sem falar da direção, ao menos que tenha tido como inspiração Os Trapalhões, posso dizer que foi de infelicidade sem limites. Os tombos forjados e as quebras de quarta parede dignas dos teatros infantis eram dignas também de pena.
Sobre o elenco, minha única colocação positiva é a presença de Nívea Stelmann, que em meio a tantas catástrofes num palco só manteve-se boa, e ponto. A atuação de Maurício Machado começa bem, porém se desgasta ao longo do espetáculo, o exagero desnecessário concentra demais a atenção no ator, que não é nenhum pouco aproveitada.
Ironicamente o espetáculo é visto, aplaudido e comentado por aqueles que acham que viram algum tipo de arte, e o humor “Zorra Total” ganha milhões em uma produção pobre e que não agrega absolutamente nada à sociedade. Esse “negócio” me parece bastante vantajoso, inclusive milenar, a política do “Pão e Circo” de Roma não era nada diferente disso.  Mantenham-se burros, riam de piadas esdrúxulas e não procurem nada que os façam  diferentes do que são hoje, e de preferência não nos incomodem com suas ideias.
Continuem gastando setenta reais em espetáculos medíocres divulgados pela rede Globo, graças a diversidade e ao bom gosto, sempre existirão aqueles preocupados em mudar o mundo com sua arte, mesmo que isso seja uma utopia,  afinal, nas grandes utopias nascem os maiores heróis e é de novos heróis que esse mundo precisa.

domingo, 17 de março de 2013






Fazer arte é um grande desafio, isso porque exige acima de tudo personalidade.
Sala de Espera é um espetáculo que além de outras tantas classificações, pode ser previamente intitulado como ousado. Com uma linguagem bem diferente do que estamos acostumados a ver nos palcos tradicionais, a ausência de diálogos parece não interferir no entendimento e na apropriação da história.
O riso é presente em quase todos os atos, o que não interfere na crítica contundente ao sistema.
Cada gesto devidamente pensado e o uso do exagero intencional são traços que denunciam não só a criatividade de um jovem diretor, mas de uma equipe entrosada e com muito talento.  

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ensaio Sobre a Queda







Um drama mergulhado em remorsos, ressentimentos e tragédias.
Ensaio sobre a queda é uma profunda história sobre os sentimentos e pensamentos que envolvem o momento mais difícil da vida de um homem, a morte.
Dante, se vê obrigado a encarar de frente todos os seus fantasmas. Nesse processo lúdico e doloroso ele redescobre verdades e faz as pazes com o passado. Como pano de fundo, a luta por igualdades e a trágica história do jovem militante Carlo (baseado em uma história real), filho de Dante, traz a tona a dor e a revolta, quando o assunto é um jovem que sonha por igualdade, se dedica a ela, e é morto por policiais em uma transmissão ao vivo.
Não existe momento mais verdadeiro do que a morte, incrivelmente Dante descobriu o sentido da vida diante de seu penhasco pessoal. A metáfora, muito bem colocada no texto, sobre a vida comparada a uma grande queda está presente o tempo todo no palco.
Com um elenco harmônico e com grande presença de palco, o drama ganha vida e a vida passa a ser a grande questão.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sobre mim





Olá,

Bom, desde que nasci venho brigando com a vida por algum espaço, que talvez eu nem saiba direito qual é. Só sei que é meu, e que deve estar em algum lugar esperando por mim.
A única certeza que tenho, é de que carrego comigo uma linda história de amor...pelas PALAVRAS!
Claro que ao longo dos anos acabei me entregando a muitas outras paixões. Reconheço que uma boa parte ainda guiada por elas. Me apresentaram a literatura, que me instigou, emocionou e ensinou, até que ela, acompanhada da vida, me apresentou o teatro.
Ai foi paixão avassaladora, daquelas que na primeira troca de olhares entende-se que sua vida mudará para sempre!
No teatro entendi que as palavras poderiam ser ainda mais belas e fortes através da emoção do ator,  que de nada adiantariam lindas palavras, se não existissem grandes atores que a dessem vida. Entendi até que muitas vezes a palavra mais importante é aquela que nem precisa ser dita.
Desde que essas duas paixões se encontraram na minha vida, as uso como combustível diário. Preciso sentir o que o teatro tem a me dizer, e preciso usar as palavras para expressar  tudo aquilo que o meu coração captou.
Não sei se sou uma crítica, por enquanto sou apenas uma apaixonada capaz de escrever sobre qualquer coisa.
Escrever é uma inquietação, a forma que encontrei de fazer com que o mundo saiba o que passa aqui dentro.
É a forma mais segura de mostrar quem sou, através daquilo que mais amo. Ser apenas aquilo que quero ser. Uma eterna escritora de mim mesma!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Toda Nudez será Castigada






Uma família hipócrita e uma prostituta de coração puro, somados a algumas traições e aberrações. Já temos os ingredientes perfeitos de um bom drama Rodriguiano.
Toda nudez será Castigada ao velho estilo do mestre, em cartaz no Sesc Consolação, fala sobre a tensa relação humana com o desejo e a moral.
A direção de Antunes Filho é marcada por dinamismo, seja na tomada de uma cena para outra, feita com os personagens ainda no palco, ou na apropriação da história.
Esse dinamismo também é perceptível na atuação do elenco, com personagens caricatas, o drama ganha vida, com toque próprio dos atores do grupo Macunaíma.
Montagens como essa devem ser vistas e apreciadas, o drama da vida real já é suficiente para retratar o sentimento humano, mas quando adicionamos o exagero a isso, nos descobrimos, descobrimos arte e descobrimos Nelson Rodrigues. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Amor de Mãe Parte 13




Um cenário aconchegante, uma trilha sonora muito bem trabalhada e jogos de luzes capazes de ambientar a plateia todo o tempo, são algumas das impressões que Amor de Mãe Parte 13 são capazes de causar, mas como disse, são apenas algumas das muitas impressões que esse texto forte e divertido trás consigo.
Do que seria capaz um ser humano que se entrega ao seu instinto mais primitivo, o materno?
A história dessa mulher, que é contado com muito humor, seja através do texto bem elaborado ou da atuação formidável de Lulu Pavarin, é trágica e dolorosa, mas o que vemos no palco é um show de riso, daquilo que pode se chamar de “humor negro”.
Embasada em uma vida de sofrimentos, essa mãe resolve privar seu filho durante trinta anos, do mundo e todos que encontram-se fora da calorosa fazenda. A peça dirigida por Eric Lenate, obedece a lógica e retrata todos os períodos vividos durante essa vida insana.
O que a torna bela, é que ao mesmo tempo que seu tema é distante da realidade é perfeitamente compreensível, não existe nada de novo em uma mãe que pretende proteger seu filho do mundo, essa ficção nos faz refletir sobre nossos valores mais íntimos.