No palco, o que se vê não são apenas três jovens atrizes
esbanjando talento em um conjunto de interpretação e entrosamento perfeitos,
vê-se algo muito mais instigante: Audácia.
Com um estilo de interpretação peculiar, o texto escrito e
por Michelle Ferreira, que também assina a direção, é repleto de ironia,
sarcasmo e ”verdades proibidas”. Com sutileza,
explora-se o universo da pregação altruísta, onde as verdades se diferem e
quando as máscaras caem, o que vem a tona é a única luta que o ser-humano de fato
compartilha, a busca pela felicidade.
Três mulheres com
sonhos, visões e atitudes totalmente diferentes duelam nesse palco, que muito
nos faz rir, mas nos leva a reflexões e questionamentos pessoais de grande importância.
“Afinal qual o meu lugar no mundo?” É o
dilema individual de cada personagem, e o que nos aproxima cada vez mais dessa deliciosa
trama.
Um destaque especial certamente é a entonação vocal
utilizada pelas personagens, o que se altera em alguns momentos propositalmente,
dando o clima da cena.
Impossível destacar um dentre esses três talentos, porém a personagem de Maura Hayás,
uma mãe solteira, que busca em atitudes altruístas e no uso de drogas, uma fuga
para suas frustrações, é o tipo de personagem que levamos para casa.
Impressionante como em uma trama rápida e sem complexidades, é possível captar grandes
essências do ser humano, como preguiça, inveja e solidão, sem que para isso
tenhamos que apelar para velhos clichês politicamente corretos.