segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Rabbit






Fato é que não existe uma receita para fazer um bom espetáculo. Para nós expectadores, esse é o lado bom, pois assim temos o prazer de nos surpreender e nos apaixonar.
Rabbit é apaixonante do começo ao fim, com um início intrigante temos algumas pistas do que pode estar acontecendo ali.
Com um drama que se desenrola entre a festa de 29 anos da protagonista Bella, suas lembranças e dilemas pessoais, que giram em torno da eminente morte do pai. Entramos em uma viagem que nos leva a refletir sobre infância, relacionamentos e desprendimento.
Ao lidar com a presença da morte, Bella vê-se encurralada entre suas lembranças infantis e a realidade. Se sentindo completamente desamparada por não ser apoiada na vontade de que o pai tente uma cirurgia que prolongue sua vida, essas lembranças passam a ser o apoio de seus sentimentos.
O texto, que é lindíssimo, não deixa a desejar ao cenário criativo onde se passa toda a história. A originalidade, onde uma piscina de bolinhas e um gira-gira adaptado dão vida a uma casa noturna, é digna de aplausos e muitos suspiros, principalmente nas cenas belíssimas, quando todos congelam e Bella enfrenta seu conflito cara-cara com o pai.
A atuação de Paula Weinfeld, como protagonista, nos arranca muitas lágrimas, mas nos faz pensar e sorrir.

Talvez a vida seja muito mais leve do que pensamos. Talvez tudo o que realmente queremos seja continuar querendo, quando o mais fácil seria amar, aceitar e viver, enquanto se tem essa chance. Essa é uma história capaz de mexer com qualquer pessoa. São dilemas como esse que fazem do teatro uma arte viva, bonita e completa.

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